A trompa é um instrumento de sopro da família dos metais, indispensável na orquestra sinfônica moderna. Consiste num tubo metálico de 3,7 metros de comprimento, ligeiramente cônico, com um bocal numa das extremidades e uma campânula (ou pavilhão) na outra, enrolado várias vezes sobre si mesmo como uma mangueira, e munido de três chaves. O trompista aciona as chaves com a mão esquerda, e com a mão direita dentro do pavilhão ajuda a controlar o fluxo de ar dentro do instrumento, e é pela ação conjunta das chaves, da mão direita no interior da campânula, e do sopro (e, às vezes, sucção) do trompista que as notas são produzidas. É um instrumento dificílimo de tocar: o trompista não só tem que ter um ouvido afinadíssimo e saber solfejar com precisão, como também tem que ter uma coordenação motora perfeita para controlar os músculos da mão direita e a própria respiração. Basta um pequeno erro para produzir uma desafinação.

Os instrumentos de sopro da orquestra se dividem em madeiras e metais. Essa distinção se baseia mais na qualidade do som produzido do que no material de que são feitos. Afinal de contas, a flauta se classifica entre as madeiras, mas hoje em dia quase sempre é feita de metal. O que distingue as madeiras dos metais é que as madeiras têm o som mais doce e mais delicado, enquanto os metais o têm mais poderoso e ribombante. Dizemos que os metais são a "artilharia pesada" da orquestra. O que torna a trompa tão especial, e dá ao instrumento seu charme irresistível é que, embora tenha a robustez dos metais, a trompa tem também muito da delicadeza das madeiras. O som doce e quente da trompa tem fascinado quase todos os compositores. Trompas aparecem nas 10 últimas sinfonias de Haydn e Mozart, todas as 9 de Beethoven, as 4 de Schumann, as 4 de Brahms, as 6 de Tchaikovsky, as 9 completas de Mahler, e na verdade teremos dificuldade de encontrar uma obra sinfônica de relevo produzida desde a era de Haydn e Mozart até meados do século XX que exclua as trompas. A partitura da Segunda Sinfonia de Mahler exige dez trompas. Enquanto o uso de outros instrumentos de sopro é variável, o uso de trompas numa obra sinfônica é quase indefectível.